Museu com castelo Rá-Tim-Bum faz rico sofrer
Fiquei impressionado ao ler a matéria, do quão mesquinhos são as pessoas que se dizem ser ricas... Coitados, pobre de espirito!
Quem não gosta, ou gostou do glorioso Castelo Rá-Tim-Bum?
Nino e companhia...
Vou copiar a matéria aqui, para que vocês saibam do que eu estou falando...
Quatro mil e cem pessoas já confirmaram pelo Facebook
que estarão presentes na segunda edição do “Churrascão da Gente
Diferenciada”, que vai acontecer próximo sábado, a partir das 16 horas,
no bairro mais lindo de São Paulo, o Jardim Europa.
É legal ir e apoiar. Primeiro, porque vai ter mesmo churrasco,
cerveja e gente divertida. Segundo, porque se trata de uma forma bem
humorada de protestar contra moradores tradicionais do bairro, que
querem acabar com a exposição sobre os 20 anos do Castelo Rá-tim-bum, em
cartaz desde o dia 16 de julho no MIS, o Museu da Imagem e do Som
(avenida Europa, 158).
Na verdade, esses moradores não são contra a exposição. São contra os
visitantes da exposição: as crianças e seu barulho, que chegam em
ônibus de excursão; os vendedores de comida na rua; os adolescentes
cheios de vida e hormônios.
Esses moradores tristes são contra a vida;
Querem morar no sossego do cemitério;
Egoístas como era o Doutor Abobrinha, querem o bairro lindo só para eles. “Esse bairro é meeeeu! Meeeeeu! Meeeeeu!”
O primeiro “churrascão da Gente Diferenciada” aconteceu em
Higienópolis, um outro bairro valorizado, mas bem menos do que o Jardim
Europa. Foi em 14 de maio de 2011, quando uma moradora disse ser contra a
chegada do Metrô ali, porque atrairia o que ela chamou de “gente
diferenciada”, referindo-se aos usuários de transporte coletivo.
Na época, cerca de 600 pessoas ocuparam a principal avenida de
Higienópolis para protestar contra o que entenderam ser uma atitude
racista, segregadora e de preconceito social. Foi um Carnaval bonito
fora de época, o pessoal cantando, dançando, comendo churrasco com
farofa e tomando cerveja e guaraná Dolly.
Segundo uma das moradoras agora revoltadas, Maria Aparecida
Brecheret, “os ônibus de excursão [que vão à exposição do Castelo] param
no meio da rua para desembarcar as crianças. A rua enche de carro e
buzinas, fica um horror logo de manhã, difícil de aguentar”, disse ela
em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”. “O museu está destruindo
parte do Jardim Europa. A rua já foi considerada a mais bonita do bairro
e acabou. Estamos desesperados”, disse ela, exagerada, alegando que 150
vizinhos já a apoiaram em um abaixo-assinado.
Mas os apoiadores do Nino e da turma do Castelo são mais. Até esta
quarta-feira (24/09), 6.301 pessoas já tinham subscrito outro
abaixo-assinado, em que acusam o grupo de moradores de sempre terem
“usufruído das benesses e benfeitorias do poder público”, e de não
conseguirem “dividir o seu espaço e equipamentos com o grosso da
população”.
É uma briga boa. Trata-se de decidir se São Paulo se
curvará à lógica dos que querem cercar, impedir o acesso, limitar,
excluir, ou se, ao contrário, se transformará em um grande espaço de
convivência democrática e respeito entre os diferentes.
E o cenário não poderia ser mais legal. A elite quatrocentona de São
Paulo, essa gente que se orgulha da herança bandeirante (os genocidas
que massacraram índios e padres jesuítas pelo Brasil afora nos séculos
16 e 17), tem no Jardim Europa, o seu habitat natural.
O lugar é arborizado com espécimes de palmeiras, jacarandás, árvores
de pau-Brasil, flamboyants, sibipirunas e ipês. Ah, os ipês… Nesta época
do ano as ruas ficam recobertas por tapetes coloridos de flores caídas
de ipês amarelos, rosa, brancos e roxos.
Também tem lá o Museu da Casa Brasileira, que expõe exemplares do
mobiliário dos séculos 17 ao 21; a Fundação Cultural Ema Gordon Klabin,
com seu rico acervo de 1.545 obras, entre pinturas do russo Marc Chagall
e do holandês Frans Post, além dos modernistas brasileiros Tarsila do
Amaral, Di Cavalcanti, Portinari e Lasar Segal; o Museu Brasileiro da
Escultura e o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, com um acervo de
mais de 200 mil itens entre fotografias, filmes, vídeos, cartazes,
discos de vinil e registros sonoros.
O cenário se completa com as lojas de carros de luxo encrustadas na
Avenida Europa, a principal do bairro, conhecida nacionalmente como um
salão do automóvel a céu aberto. Tem para todos os gostos: Ferrari,
Lotus, Porsche, Volvo, Jaguar. Blindados e não-blindados.
Estava tudo muito tranquilo no bairro enquanto essa “gente
diferenciada” ficou longe. Mas a exposição do Castelo bagunçou tudo.
Podia ter feito no Espaço de Exposições Imigrantes? No Anhembi? Podia,
mas aí seria o mesmo de sempre —cada um no seu quadrado. É medíocre a
vida tão limitada.
Então, anote aí as dicas dos organizadores da festa-churrasco-protesto:
Endereço: Atrás do MIS, entre as ruas Bucareste e Luxemburgo
Horário: a partir das 16h de sábado, 27 de setembro
Leve cadeiras, caixa de som, farofa, o pandeiro, o bloco de carnaval,
a água, a cerveja, sua bicicleta, seu amor à cidade de São Paulo e o
que mais quiser. ;)
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Link para a matéria original: https://br.noticias.yahoo.com/blogs/laura-capriglione/museu-com-castelo-ra-tim-bum-faz-rico-sofrer-022031827.html
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