sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Museu com castelo Rá-Tim-Bum faz rico sofrer

Estava na página do Yahoo! Brasil quando me deparo com isto: 

Museu com castelo Rá-Tim-Bum faz rico sofrer

Fiquei impressionado ao ler a matéria, do quão mesquinhos são as pessoas que se dizem ser ricas... Coitados, pobre de espirito! 




Quem não gosta, ou gostou do glorioso Castelo Rá-Tim-Bum?
Nino e companhia...


Vou copiar a matéria aqui, para que vocês saibam do que eu estou falando...


Quatro mil e cem pessoas já confirmaram pelo Facebook que estarão presentes na segunda edição do “Churrascão da Gente Diferenciada”, que vai acontecer próximo sábado, a partir das 16 horas, no bairro mais lindo de São Paulo, o Jardim Europa.

É legal ir e apoiar. Primeiro, porque vai ter mesmo churrasco, cerveja e gente divertida. Segundo, porque se trata de uma forma bem humorada de protestar contra moradores tradicionais do bairro, que querem acabar com a exposição sobre os 20 anos do Castelo Rá-tim-bum, em cartaz desde o dia 16 de julho no MIS, o Museu da Imagem e do Som (avenida Europa, 158).

Na verdade, esses moradores não são contra a exposição. São contra os visitantes da exposição: as crianças e seu barulho, que chegam em ônibus de excursão; os vendedores de comida na rua; os adolescentes cheios de vida e hormônios.

Esses moradores tristes são contra a vida;

Querem morar no sossego do cemitério;

Egoístas como era o Doutor Abobrinha, querem o bairro lindo só para eles. “Esse bairro é meeeeu! Meeeeeu! Meeeeeu!”

O primeiro “churrascão da Gente Diferenciada” aconteceu em Higienópolis, um outro bairro valorizado, mas bem menos do que o Jardim Europa. Foi em 14 de maio de 2011, quando uma moradora disse ser contra a chegada do Metrô ali, porque atrairia o que ela chamou de “gente diferenciada”, referindo-se aos usuários de transporte coletivo.

Na época, cerca de 600 pessoas ocuparam a principal avenida de Higienópolis para protestar contra o que entenderam ser uma atitude racista, segregadora e de preconceito social. Foi um Carnaval bonito fora de época, o pessoal cantando, dançando, comendo churrasco com farofa e tomando cerveja e guaraná Dolly.

Segundo uma das moradoras agora revoltadas, Maria Aparecida Brecheret, “os ônibus de excursão [que vão à exposição do Castelo] param no meio da rua para desembarcar as crianças. A rua enche de carro e buzinas, fica um horror logo de manhã, difícil de aguentar”, disse ela em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”. “O museu está destruindo parte do Jardim Europa. A rua já foi considerada a mais bonita do bairro e acabou. Estamos desesperados”, disse ela, exagerada, alegando que 150 vizinhos já a apoiaram em um abaixo-assinado.


Mas os apoiadores do Nino e da turma do Castelo são mais. Até esta quarta-feira (24/09), 6.301 pessoas já tinham subscrito outro abaixo-assinado, em que acusam o grupo de moradores de sempre terem “usufruído das benesses e benfeitorias do poder público”, e de não conseguirem “dividir o seu espaço e equipamentos com o grosso da população”.

É uma briga boa. Trata-se de decidir se São Paulo se curvará à lógica dos que querem cercar, impedir o acesso, limitar, excluir, ou se, ao contrário, se transformará em um grande espaço de convivência democrática e respeito entre os diferentes.


E o cenário não poderia ser mais legal. A elite quatrocentona de São Paulo, essa gente que se orgulha da herança bandeirante (os genocidas que massacraram índios e padres jesuítas pelo Brasil afora nos séculos 16 e 17), tem no Jardim Europa, o seu habitat natural.

O lugar é arborizado com espécimes de palmeiras, jacarandás, árvores de pau-Brasil, flamboyants, sibipirunas e ipês. Ah, os ipês… Nesta época do ano as ruas ficam recobertas por tapetes coloridos de flores caídas de ipês amarelos, rosa, brancos e roxos.

Também tem lá o Museu da Casa Brasileira, que expõe exemplares do mobiliário dos séculos 17 ao 21; a Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, com seu rico acervo de 1.545 obras, entre pinturas do russo Marc Chagall e do holandês Frans Post, além dos modernistas brasileiros Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Portinari e Lasar Segal; o Museu Brasileiro da Escultura e o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, com um acervo de mais de 200 mil itens entre fotografias, filmes, vídeos, cartazes, discos de vinil e registros sonoros.

O cenário se completa com as lojas de carros de luxo encrustadas na Avenida Europa, a principal do bairro, conhecida nacionalmente como um salão do automóvel a céu aberto. Tem para todos os gostos: Ferrari, Lotus, Porsche, Volvo, Jaguar. Blindados e não-blindados.

Estava tudo muito tranquilo no bairro enquanto essa “gente diferenciada” ficou longe. Mas a exposição do Castelo bagunçou tudo. Podia ter feito no Espaço de Exposições Imigrantes? No Anhembi? Podia, mas aí seria o mesmo de sempre —cada um no seu quadrado. É medíocre a vida tão limitada.

Então, anote aí as dicas dos organizadores da festa-churrasco-protesto:

Endereço: Atrás do MIS, entre as ruas Bucareste e Luxemburgo
Horário: a partir das 16h de sábado, 27 de setembro


Leve cadeiras, caixa de som, farofa, o pandeiro, o bloco de carnaval, a água, a cerveja, sua bicicleta, seu amor à cidade de São Paulo e o que mais quiser. ;)

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Link para a matéria original: https://br.noticias.yahoo.com/blogs/laura-capriglione/museu-com-castelo-ra-tim-bum-faz-rico-sofrer-022031827.html

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